sábado, 29 de septiembre de 2007

Lenda


A lenda do nosso subconsciente.





Dizem que os sonhos são uma manifestação do nosso subconsciente, daquilo que queremos em verdade, mas não nos damos licença de aceitar, e que também pode sair pelos erros ao falar, quando dizemos uma coisa por outra. O Psicoanálise é uma teoria que apóia isto, mas é o que eles querem pensar, porque não se atreveram dizer aquilo que narra uma (antiga) lenda, a lenda do “dirigente interno”.

Esta lenda fala do cérebro como um ser autônomo, que quase tem vida própria. Conta que quando o homem se originou na terra, ficou como um ser dentro dele, uma espécie de parasito, e que pela seleção natural, somente aqueles que tinham este parasito lograram sobreviver. Então, não era um parasito, não, senão um simbionte ou era mutualismo? talvez o parasito fosse o homem!!!. O homem precisava dele para viver, saber quando havia perigo, reconhecer as coisas boas para comer e as más para fugir. Para conseguir parelha e melhorar a espécie. Desde então, cada um teve um dirigente interno e ele reproduzia-se igual do que os homens. Os bebês nascem com o seu próprio dirigente interno que utiliza os corpos humanos para viver. Às vezes, os dirigentes cansam-se de ter de dirigir-nos e querem fazer a sua própria vida, é então quando saem como aquilo que nós chamamos “subconsciente”, e que às vezes também é conhecido como déjà Vu, nos fazem pensar que é uma falha na maneira de guardar informação e provoca uma confusão entre o vivido e uma premonição.

A verdade, segundo esta lenda, é que é somente ele, nosso dirigente interno, que fica aborrecido de dirigir-nos.

Provérbio popular.



Piscil era um menino que não era muito popular na sua aula, mas era totalmente reconhecível porque não era um menino “normal”. Ao começar o ensino primário ninguém apercebeu que ele era diferente, passou o tempo e ele não conseguiu o que os seus colegas. Teve de ficar um ano mais no segundo nível.

Foi então quando eu soube dele. Era um menino muito simples e sempre amigável ainda com aqueles que lhe faziam burla. Todos começaram a crescer, mas ele ficou pequeno, porque tem uma síndrome que limitava o desenvolvimento corporal e o intelectual. Para Piscil não era fácil aprender tudo aquilo que os outros meninos aprendiam rapidamente. Ele teve de duplicar os seus esforços para lograr passar de ano. Fez amigos que lhe ajudaram e trabalhavam em equipes.

Quando entrou ao ensino secundário a coisa foi prior, a diferença era maior, de tamanho, de inteligência e no sentido social. Mas sempre houve alguém que o ajudou e também animou para seguir adiante, ainda com exames extraordinários. Os professores também entenderam que para ele era difícil demais e sempre consideravam isso.

Agora, a diferença de muitos outros meninos, ele já tem uma profissão e um trabalho do que gosta. Tem amigos e a satisfação de aquele que logra o que quer.

É um exemplo de “água mole em pedra dura, tanto bate até que fura”

miércoles, 12 de septiembre de 2007

Acróstico

Céu cheio de estrelas




Cai a noite escura sobre a cidade,

É o mistério daquilo que não se vê

Uma sombra que existe apenas com a luz.


Clareza que destaca na escuridão

Há milhões de luzes como no espaço

Estão a convidar a descobrir o idílio

Idílio entre a luz e a escuridão.

O segredo a vozes.


Delas é a noite e a cidade.

Estrelas artificiais, mas com luz própria.


Elegância máxima da cidade

Selo de modernidade e tecnologia.

Trazem bichos para serem devorados.

Recife que tem um mundo oculto.

Expansão do dia.

Leva a lúdicas atividades do dia-a-dia noturno.

Assinalam estórias. Universos particulares.

São sóis de milhões de universos. De vidas.

viernes, 7 de septiembre de 2007

Cores

Vermelho



É a força geradora da vida e essencial para a manutenção da mesma.

É a paixão do encontro sexual, desde o calor do beijo na boca e a umidade da língua, até a excitação do corpo todo.

É o sangue a fluir pelo corpo, que se sente ao pôr a mão acima da pele. Que se ouve se guardas silêncio e com a orelha perto do peito.

É o bater do coração que leva calor até a ponta do pé e até a face se sentes raiva ou vergonha.

É o gosto picante na boca.

São emoções fortes de prazer e de raiva.

É o caminhar pausado e sonoro de esses sapatos de salto alto de uma mulher jovem que dão algo mais que elegância e inevitavelmente faz pensar no calor da sua pele.

É o fogo de uma fogueira e o seu cheiro também. Este fogo que alerta os sentidos todos, para sobreviver e fugir dele, mas que fez procurá-lo no frio e na solidão. Porque também é amor e é amizade. Aquilo do que precisas para viver uma vida com sentido.



Ela é vermelha: Lady K

Uma letra só


Sonho




Senti seu sorriso. Sensação sublime, selva silenciosa, sensual. Senti seu suor. Sucumbi. Sugeria ser súbdita sua. Sobreviver só se sol sair, se suscitar seus suspiros. Satã satírico, sentença suportar sua sedução. Supliquei servir lhe sempre, sorridente, sem soluço. Sonharei seu som, seu ser.

Suspeitei somente seria sonho. Sonho sarapintado. Sonho só. Sem surpresa. Simplesmente seguiria sozinha.



lunes, 3 de septiembre de 2007

Campo semántico

Viagens


Sara sentou-se diante da sua secretária, o estresse era grande de mais. Precisava de férias urgentemente. Ascendeu o computador para pesquisar algum destino que lhe fizesse esquecer-se da rotina, do trabalho, da família e da pressão qualquer que tivesse na vida. Mas isto era quase impossível porque ela era o estresse personificado. Se for ter uma viagem, tinha de planejar tudo, dia a dia. Pensou em ir para uma cidade colonial, à sua mente vieram: praças, ruas, igrejas, edifícios antigos, becos, comida típica, museus... mas não, isso soava muito aborrecido. Tinha muita energia para fazer mais coisas que passear na tarde por uma rua antiga e cheia de história... mas poderia ter muita tranqüilidade, do que ela precisava.

Se quiser tirar fora a sua energia, nada melhor que os desportos. Turismo de aventura!!! Mergulhar, rafting, escalar, pescar, esquiar (em água e em neve) muito melhor, mas ir sozinha era perigoso e ela queria escapar das pessoas. Tinha de ir sozinha. A tranqüilidade do bosque? Teria de acampar e ela gostava das comodidades, não desfrutaria de acampar. Do mar? Não gostava do mar e isso era uma interrogante, ficou pensativa do por que. Pensou que era melhor ir para uma cidade, e hospedar-se num hotel luxuoso, com todas as comodidades das que ela gostava. Ainda que fosse apenas uma noite e um dia, porque isso era muito caro, e não era rica, não. Teria de escolher entre uma viagem de avião, de autocarro, de carro; entre as estradas e o céu. As coisas não eram tão fáceis. Seria melhor que contratasse o serviço numa agencia de viagens para ela não se ter de preocupar por todo isso. O seu cansaço era tal, que ficou adormecida.

Essas férias foram as melhores da sua vida. Foi para uma vila formosa, antiga, mas não ficou aborrecida, não, houve desporto, foi para uma cascada e uma caverna, teve a tranqüilidade um passeio pelas ruas velhas, da amabilidade dos povoadores da vila, pessoas simples. Ficou num hotel maravilhoso, com panorâmica ao bosque. Desfrutou da comida típica...

O bater da porta fez que ela acordasse. Tudo tinha sido um sonho. Ainda tinha de fazer malas, de telefonar para o trabalho, para agencia de viagens, e despedir-se dos edifícios da cidade. Ela era uma mulher que tinha de fazer frente aos medos e tinha decidido ir ao mar para descobrir a causa.

Um conto... varios finais.

Quem não acredita que garotos maus podem ter gestos bons? Ou vice-versa? Claro que podem. Vejam só Adam. Ele resolve as coisas, embora a seu jeito. Isto não é uma crítica, pois as cosas se ajeitam, mas sempre ao seu particular modo. Se os mais chegados a ele soubessem, talvez o recriminassem, ou até, com medo, o trancafiassem em algum orfanato, centro para menores delinqüentes ou, até mesmo, algum lugar para dementes (manicômio!!!). Mas isso porque eles só saberiam a verdade pela metade, pois a outra parte interessada, a dos que tiveram seu problema resolvido, a estes pouco importariam os métodos, pois Adam, mesmo sem eles o conhecera, solucionara a questão cortando todo o mal pela raiz. O garoto de boné laranja (Adam, o controvertido) passeava como de costume pelas redondezas. Observava aqui e ali, apenas imaginando... Ninguém ligava; ele tinha menos de um metro, sardas inofensivas e um boné de cor engraçada. Adam era isso, menos da metade de uma pessoa, com um jeito que representava menos do que um quarto desta mesma pessoa inofensiva. Mas, Adam escondia algo, que apenas ele sabia, por isso vigiava, enquanto caminhava atento.

Mas o Adam era um garoto gracioso –no seu planeta, porque ele não era humano-. E não compreendia por que a gente sempre ficava estranhada ao vê-lo. O Adam era em verdade lindo. As suas sardas davam-lhe o encanto especial dum homem maduro. Porque ele não era um menino. No seu planeta acontecia aquilo do que muitos gostaríamos: nascer velhos e morrer num orgasmo. Adam era um ser do planeta R-14 na plenitude da vida.

O que fazia Adam na terra? Ele tinha chegado num meteoro que aterrissou na Amazônia 50 anos atrás, e ficou ali com os velhos duma tribo antiga. O meteoro dava-lhe uma energia especial para que o seu desenvolvimento fosse o normal (para ele). Tudo corria muito bem, até que um dia, uma empresa multinacional soube do meteoro e ficou interessada na aquisição dele para oferecer “a fonte da eterna juventude” aos seus clientes que pagariam muito para serem cada vez mais jovens ao contato com o meteoro, que nem era tão grande. Foi assim como, num abrir e fechar de olhos, levaram-no até a cidade onde anunciaram em todos os meios essa custosa fonte que fazia os velhos novinhos.

Adam não podia permitir que isso acontecesse. Ele já parecia um rapaz, estava na plenitude da vida, mas não tinha vontade nenhuma de ficar assim para sempre. Gostava da vida na Amazônia, mas também sonhava com terminar a sua vida, num orgasmo que o fizera voltar ao seu planeta. Se ele não ficasse perto do meteoro, não poderia cumprir sua missão de voltar para casa e contar os segredos todos da vida na Amazônia. Da sabedoria dos (nossos) velhos que para eles eram novinhos, do nosso ciclo de vida às avessas. Ele não podia ficar na terra para sempre e ser um garoto. Foi por isso que resolveu mudar-se para a cidade. Ficar bem pertinho do meteoro. Mas a vida para um garoto sozinho na cidade não é fácil. Ele teve de entrar numa família e fazer que esqueceram tudo, que eles nunca tiveram filhos, e não só os pais, também os primos, tios e avôs. Fez que mudaram para uma casa nova frente ao meteoro.

Seria difícil ter essas doses necessárias (seis horas por dia) perto do meteoro. Na Amazônia dormia acima dele, mas agora isso era quase impossível porque “a fonte da juventude” foi tudo um sucesso e havia um listado de espera para os meses próximos. Somente podia ficar perto duas horas pela noite e sempre vigiava porque queria aproveitar até o último minuto que pudesse ter aceso ao meteoro. Menos minutos cada dia.

Não podia esperar mais, não. A situação era insuportável. Até agora teria de esperar o triplo do que ele tinha planejado, e no seu planeta não podiam esperá-lo mais, se as coisas seguissem assim, ele não encontraria ninguém quando voltasse a R-14. Precisava ficar dia e noite perto do meteoro e achou que isso somente seria possível voltando à Amazônia. Foi assim como entrou na mente de uma menina vizinha dele, do guarda de seguridade onde estava o meteoro e de um policial. Os quatro fizeram um plano para roubar a caminhonete da mamãe da menina (quem era divorciada e hipocondríaca e sentiu morrer quando não encontrou a sua caminhonete), que era grande demais para levar o meteoro. O policial estava encarregado de vigiar que ninguém apertasse ao meteoro. Essa noite entraram Adam e a menina com a caminhonete, o policia abriu o caminho direito ao meteoro.

O recorrido até a Amazônia era muito cumprido, mas dirigiram a noite toda. Para quando a cidade soube da desaparição do meteoro eles iam chegando ao seu destino.

Adam ainda não estava pronto para seguir o seu desenvolvimento, tinha de sumir a toda pessoa que soubesse do segredo. Foi assim que o guarda de seguridade, o policia e a menina ficaram debaixo do meteoro e não houve testemunha nenhuma. Então Adam subiu ao meteoro e ficou ali, os dias passaram lentamente. Em quanto se formava uma membrana viscosa e transparente, o corpo de Adam diminuiu, primeiro as suas células eram mais novas até que algumas sumiram e finalmente ficou só um zigoto. O meteoro explodiu e uma bolha elevou-se até o céu e sumiu. Chegou a R-14 no dia acordado.

Ninguém soube nunca de Adam. A vizinhança e a família esqueceram-se dele e do acontecido. As pessoas que utilizaram “a fonte da juventude” tornaram à sua idade real e somente tiveram lembranças de que a sua juventude foi ontem.