domingo, 7 de octubre de 2007

Lipograma

Desejo?



Ela olha o seu rosto e o sangue corre com uma força estranha, mas não é estranha em verdade. Sempre acontece algo semelhante. É o desejo. Ele olha para ela também e a temperatura do sangue eleva-se até que o seu corpo se ergue. É o desejo. É sempre o mesmo. Não pode esperar nunca, nem ele, nem ela podem postergá-lo e é como o corpo reage, procura-se um ao outro.

Acontece-lhe a ela com todos? Acontece-lhe a ele com todas? Acontece, mas com uma força menor. Entre eles o desejo é tão forte que ganha ao pensamento, é autônomo. O calor da pele chama-lhes até estar perto um do outro. Nunca foram as almas, somente os corpos. Um acordo fechado com palavras duma conversa. Não houve amor. Nada de amor, tem certeza?

Começou sem amor. E agora? Acho que em ela o amor começou sem querer, sem sabê-lo nasceu. Ela deu-se conta tarde, quando em ele apareceu amor de verdade, mas não por ela. O que aconteceu então? O desejo acabou, mudou para aquela que é amada. O desejo é menor do que o amor? E o senhor (a senhora) o que acha?

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